sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Concurso "O melhor disfarce"

Aproxima-se o Carnaval e eu já ando a pensar na máscara que irei usar este ano.
Tenho tido tanto frio que só me consigo imaginar que me estou a vestir de um qualquer animal, com um tecido a fazer de pelo quentinho.

O revestimento dos animais serve para os proteger do frio e do calor, mas também de outros animais, sejam parasitas, sejam predadores.
Talvez consigas imaginar facilmente que a pele grossa de um rinoceronte o proteja de um leão mas com outros animais a protecção não é tão directa. Alguns animais usam as cores do seu revestimento para ficarem camuflados.

E o concurso "O melhor disfarce" é para eleger o animal que para ti tem a melhor camuflagem.
Podes deixar a tua mensagem aqui no blogue com o nome do animal e o motivo porque para ti deve ser o vencedor ou podes enviar-me um desenho para livrosalupa(a)gmail.com. Gostava de os publicar neste espaço também.

Fico à espera das tuas ideias!

Desejo-te um Carnaval cheio de cor...

Consegues ver o animal na fotografia?
Descobre outros aqui.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Um Conto dos Irmãos Grimm para o Dia dos Namorados

A Bela Catarinela e Pim Pam Pum

- Bom dia, pai Olé-olé.
- Bom dia, Pim Pam Pum.
- Será que poderia ficar com a vossa filha?
- Ah! sim, se a mãe Vacaleiteira, o irmão Sobranceiro, a irmã Filoqueija e a bela Catarinela quiserem, poderá ser.
- Onde está então a mãe Vacaleiteira?
- Está no estábulo a ordenhar a vaca.
- Bom dia, mãe Vacaleiteira.
- Muito obrigada, Pim Pam Pum.
- Será que poderia ficar com a vossa filha?
- Ah! sim, se o pai Olé-olé, o irmão Sobranceiro, a irmã Filoqueija e a bela Catarinela quiserem, poderá ser.
- Onde está então o irmão Sobranceiro?
- Está no quarto a cortar lenha.
- Bom dia, irmão Sobranceiro.
- Muito obrigado, Pim Pam Pum.
- Será que poderia ficar com a vossa irmã?
- Ah! sim, se o pai Olé-olé, a mãe Vacaleiteira, a irmã Filoqueija e a bela Catarinela quiserem, poderá ser.
- Onde está então a irmã Filoqueija?
- Está no jardim a cortar relva.
- Bom dia, irmã Filoqueija.
- Muito obrigada, Pim Pam Pum.
- Será que poderia ficar com a vossa irmã?
- Ah! sim, se o pai Olé-olé, a mãe Vacaleiteira, o irmão Sobranceiro e a bela Catarinela quiserem, poderá ser.
- Onde está então a bela Catarinela?
- Está no quarto a contar tostões.
- Bom dia, bela Catarinela.
- Muito obrigada, Pim Pam Pum.
- Queres ser minha noiva?
- Ah! sim, se o pai Olé-olé, a mãe Vacaleiteira, o irmão Sobranceiro e a irmã Filoqueija quiserem, poderá ser.
- Bela Catarinela, quanto tens de dote?
- Catorze tostões a pronto, três centavos e meio que me devem, meia libra de peras secas, uma mão-cheia de biscoitos e uma mão-cheia de raízes.
E por aí fora, e assim por diante, tenho ou não tenho um dote impressionante?
Pim Pam Pum, qual é o teu ofício? És alfaiate?
- Muito melhor do que isso.
- És sapateiro?
- Muito melhor do que isso.
- És lavrador?
- Muito melhor do que isso.
- Carpinteiro?
- Muito melhor do que isso.
- Ferreiro?
- Muito melhor do que isso.
- Moleiro?
- Muito melhor do que isso.
- Talvez vassoureiro?
- Sim, é isso mesmo. Não é um belo ofício?

In Contos completos Irmãos Grimm, Francisco Vaz da Silva, Círculo de Leitores

Dote - bens ou dinheiro que a mulher levava para o casamento
[In Infopédia, Porto Editora, www.infopedia.pt]

Agora escreve tu um pequeno conto dedicado ao Dia dos Namorados!

sábado, 25 de janeiro de 2014

Eusébio, o Pantera Negra


Hoje fazia anos o Pantera Negra, um dos maiores futebolistas de todos os tempos.
Embora tivesse vestido a camisola do Benfica durante a maior parte da sua carreira, Eusébio é um símbolo do futebol português, e teve um papel muito importante na selecção nacional de futebol.
Marcou mais de 700 golos em campo e muitos mais nos corações das pessoas que o conheciam. É descrito pelos amigos como um grande exemplo de humildade.

Quem escreve sobre ele também terá histórias para contar. Vem descobri-las.

O Rei da Bola, José Jorge Letria, Texto Editores

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Sugestão de Livro e Actividade para o Ano Novo

O que nos reservará os 365 dias do ano 2014?

Diverte-te com os pinguins...

E descobre o que está a acontecer no Pólo Sul.




Agora um desafio: cria uma história equivalente escolhendo outro animal. Fico a aguardar o teu texto.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Conto de Natal - parte 4

As prendas do Rei Leão - parte 4

     Quando o Leão se preparava para uma nova ronda algo se mexeu entre as suas patas.
    – Eh! – gritou ele, dando um salto no ar, e antes que o culpado pudesse fugir, pôs-lhe as patas em cima.
     Era o Lagarto, que lá conseguiu libertar-se das garras do Leão, com a cabeça cheia de nódoas negras de tom azulado.
     – Tu é que tens a culpa – disse o Leão. – A partir de agora a tua cabeça ficará azul.
   O Leão começou a ficar impaciente, porque o sol já descia no horizonte, e o estômago começava a dar sinal. O leite e o mel não são a comida mais adequada para o Rei dos animais.
     E então os animais puderam escolher aquilo de que mais gostavam. O Babuíno escolheu uma cauda que parecia uma foice. O Coelho e a Toupeira escolheram caudas compridas  e fininhas, mas cansaram-se delas e foram enterrá-las. E ficaram sem caudas novas.
     A Cabra escolheu umas barbas, e antes que a Avó Cabra tivesse tempo de perceber o que se estava a passar, já tinha barbas também. Os animais desataram a rir, mas o      Leão apressou-os, e chamou:
     – O seguinte! Aproxime-se o seguinte!http://1.s3.envato.com/files/7554358/1.jpg
   O Hipópotamo foi contemplado com quatro dentes gigantescos, e a Serpente ganhou por acaso a cabaça de ervas medicinais que o Leão roubara a um caçador. De um só trago, a Serpente bebeu a mistela, que começou a fermentar, transformando-se em veneno e a única coisa que a Serpente queria era morder.
     – Cortem-lhe as pernas! – gritou o Leão. Mas isso não melhorou a situação. A Serpente ficou tão assustada que fugiu a rastejar, e ainda hoje morde tudo o que encontra, e o seu veneno é mais perigoso do que nunca.
     A Doninha Fedorenta, por sua vez, ganhou o frasco de perfume da Sra. Leoa, e despejou todo o conteúdo do frasco sobre o corpo. E que cheiro! Os animais taparam os narizes e apanharam tudo o que puderam: chifres, cascos, caudas que abanam, e retiraram-se apressadamente.
     – Então e nós? – protestaram a Hiena e o Chacal, que ainda não tinham recebido nada por serem demasiado esquisitos.
     Cansado de tanto esforço, o Leão olhou à sua volta, mas já só restavam um lamento e uma gargalhada.
     – Podem levar o que quiserem – disse o Leão – e não fiquem nem mais um minuto!
     A Hiena e o Chacal tiveram de se contentar com o que sobrava. E é por isso que ainda hoje a Hiena tema gargalhada mais sonora de todos os animais e não há nenhum cujos lamentos superem os do Chacal.
    Quando a velha Tartaruga chegou ao local em que os presentes tinham sido distribuídos, já não havia nada à vista – nem animais nem presentes. E é por isso que ainda hoje a Tartaruga se arrasta com a carapaça que o crocodilo fez para ela. E a Rã vive praticamente nua na água, porque sentiu tanto calor enquanto estava à espera, que foi nadar um pouco, e entretanto alguém lhe roubou a roupa. E é por isso que é tão tímida e sente vergonha de aparecer aos outros animais. Sempre que está a apanhar um pouco de sol e ouve alguma coisa a mexer, mergulha imediatamente na água. Mas à noite, quando está bem escuro, ele e as irmãs saem da água e podemos ouvi-las a queixarem-se:
     – Onde? Onde? Onde? – queixa-se uma.
     – Roupa! Roupa! Roupa! – queixam-se as outras.
FIM

Adaptado de As mas belas fábulas africanas – As histórias infantis preferidas de Nelson Mandela, Alfaguara, 2012, p: 37-44



Conto de Natal - parte 3

As prendas do Rei Leão - parte 3

     – Quem quer roupas bonitas? – perguntou o Leão.
     Esta pergunta provocou algum alvoroço entre os animais. O Leão manteve-os debaixo de olho, porque os animais gostavam de se exibir. Cada um queria parecer mais bem vestido do que o outro.
     O Leopardo escolheu o fato às bolas. A Zebra um casaco às riscas. Mas o Cavalo e a Vaca contaram uma longa história.
     – Nós trabalhamos na quinta – disse o Cavalo.
     – E temos de andar limpos todos os dias – disse a Vaca.
     – Um único fato não será suficiente – disse o Cavalo.
     – Não queremos que o dono da quinta faça troça de nós – acrescentou a Vaca.
     – Está bem, está bem – disse o Leão, que achou graça ao ar emproado do Cavalo e a Vaca tinha uma voz tão doce que conseguia enternecer até o coração de um rei. – Aproximem-se!
     – O Cavalo foi o primeiro. E teve direito a vários fatos: um sarapintado de cinzento e castanho, outro pintalgado de castanho-escuro e branco de neve, e até um fato preto como a noite.
     – Muito obrigado – agradeceu o Cavalo, enquanto se afastava a galope. Mas depois cansou-se de vestir e despir tantos fatos e distribuiu-os pelos filhos. E é por isso que, ainda hoje, cada cavalo tem apenas um fato, mas todos os cavalos parecem diferentes.
     A Vaca recebeu um vestido às cores, um casaco vermelho e um belo fato domingueiro preto. Mas acabou por fazer o mesmo que o Cavalo e deu tudo aos filhos.
http://pds.exblog.jp/logo/1/200905/02/90/b017669020090502000728.gif     Enquanto o Leão ainda estava a tratar da Vaca, ouviu-se uma voz entre a multidão:
      – Então e eu? Não dê tudo ao Cavalo e à Vaca! – gritou a Girafa.
     – Que indelicada! – protestou o Leão. – Como te atreves a gritar com o teu Rei? Como castigo nuca mais voltarás a falar! – E foi assim que a Girafa perdeu a fala.
     Para mostrar aos animais que não gostava de pressas, o Leão dirigiu-se de novo à pilha de dos chifres e escolheu um par para dar à Vaca, a condizer com todas as roupas que lhe dera.
     – Muito obrigada – disse a Vaca agradecida, e afastou-se com as prendas que recebera.
     Mas a Girafa parecia muito  infeliz e, ainda que não pudesse dizer uma única palavra, o Leão sentiu pena dela.
     – Aqui tens um fato especial para ti – disse o Rei –, e um par de chifres a condizer.
A Girafa vestiu o fato e os chifres que acabara de receber e ficou mais bonita. O Leão mirou-a da cabeça aos pés, e acrescentou:
     – Vou dar-te um pescoço comprido que te permita ver os inimigos à distância. E longas pernas para que possas fugir rapidamente.
     A Girafa ficou deliciada e afastou-se a trote toda contente.

(continua...)

Adaptado de As mas belas fábulas africanas – As histórias infantis preferidas de Nelson Mandela, Alfaguara, 2012, p: 37-44

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Conto de Natal - parte 2

As prendas do Rei Leão - parte 2

     Todos aqueles que gostariam de ter chifres – disse o Leão – cheguem-se para o lado.
     – Chifres? – perguntou Kudu aos seus amigos. – Não acham que devíamos ficar bonitos com chifres?
     – Sim, sim, sim –  gritou o bode, e chegou-se para o lado.
     – Aproxima-te – disse o Leão, enquanto lhe colocava os chifres na cabeça. – Mas a cabra, que não quis vir, não receberá nada.
     O Elefante viu o bode a exibir-se e atirou-se para a frente com todo o seu peso colossal a fim de se aproximar do Leão.
     Eu também quero chifres – disse ele, e escolheu um par de belos chifres brancos com a boca.Elephant, Detailed, Art, Long, Ears, Trunk, Tusks
     – Invejoso – rugiu o Leão. – Por teres sido tão invejoso, os chifres ficaram colados à tua boca e não os poderás ostentar na cabeça, como o Bode.
     – Ai, meu Deus – arfou o Elefante. – Agora o meu nariz é demasiado pequeno. Não consigo... Não consigo... Não consigo respirar!
     – Toma lá isto! – disse o Leão, e puxou o Elefante pelo nariz até o deixar quase a arrastar pelo chão. – Está melhor assim?
     – Obrigado – balbuciou o Elefante, e afastou-se arrastando os pés, com os seus dentes de marfim e o nariz pendente.
     Mas ainda faltava fazer uma coisa com a pilha dos chifres, pois o Rinoceronte andava por ali a meter o nariz.
     – Muito bem! – disse o Leão. – Uma vez que gostas de meter aí o nariz, vou colar-te os chifres ao nariz.
     – Oh, não! Nem pensar! – recusou o Rinoceronte, e virou-se ao Rei, tentando atacá-lo com os chifres colados ao nariz. Mas o Leão fez-lhe uma cara tão ameaçadora que o Rinoceronte perdeu a ponta de um dos chifres e semicerrou os olhos cheio de medo. E é por isso que, ainda hoje, o Rinoceronte vê tão mal e tem uns chifres tão esquisitos.
     Depois, dirigindo-se à pilha seguinte, o Leão disse:
     Aqui temos umas belas e grandes orelhas!
     Como todos sabemos, os animais são como as crianças: não gostam de ter orelhas grandes. Mas o Leão já segurava duas orelhas compridas na mão, e não estava disposto a largá-las, porque era o Rei.
     – Toma lá estas! – disse ele, e colocou-as nos dois primeiros animais ao seu alcance. Eram o Macaco e o Coelho. E eles não tiveram alternativa, a não ser agradecer.


(continua...)

Adaptado de As mas belas fábulas africanas – As histórias infantis preferidas de Nelson Mandela, Alfaguara, 2012, p: 37-44

Conto de Natal - parte 1

As prendas do Rei Leão - parte 1

     O Rei Leão deu uma grande festa de Natal e todos os animais tinham de estar presentes, porque um convite de rei era lei, e ninguém o podia recusar. Apenas a mulher do bode o recusou.
     – Oh, não! – disse a senhora Kudu. – O que o Leão quer é encher a barriga com os membros da nossa família. Como podemos ter a certeza de que ele não  nos vai comer se formos à festa?
     – Sim, sim, sim! – exclamaram as outras cabras.
     – Então irei sozinho – disse Kudu. – Se eu não for, podemos ter problemas.
     – Sim, é melhor irmos – disse outro bode.
    A cabra bufou furiosa e não mexeu um casco. Só a Avó Cabra não conseguia resistir a um convite que incluísse comida – mesmo que os outros pudessem acabar por comê-la!
     E os animais começaram a chegar. O Leopardo, a Zebra, a Toupeira, o Elefante, a Doninha Fedorenta e a Serpente. O Babuíno era demasiado curioso para estar ausente; o Burro demasiado estúpido. O Coelho, o Hipópotamo e o Lagarto também compareceram, tal como a Hiena e o Chacal. Oh, sim – aquela era uma festa para todos.

     Começaram a dançar um bocadinho, com o Babuíno a comandar. Depois cantaram algumas canções e o Chacal tinha uma voz bem afinada. A seguir, comeram mel e beberam leite. Até o Leão, o Leopardo e o Lince se juntaram aos outros no momento de comer, como se não estivessem habituados ao gosto do sangue. Mas o Leão decidira que, como anfitrião, não podia servir aos convidados membros das suas próprias famílias.
     Prestem atenção, meus amigos! - disse o Leão ao esvaziar o pote de mel (pois um rei come em primeiro lugar, e é ele que come o último pedaço, e pelo meio vai comendo também – pelo que aos outros não restam senão as sobras que vão apanhando aqui e ali). – Prestem muita atenção – repetiu ele. – Gostaria de dar a cada um de vocês um presente como prova de que sou um rei bom.
     – Obrigado, obrigado, obrigado – gritaram os animais e todos se chegaram à frente com medo de que os outros recebessem o melhor presente antes de chegar a sua vez.
    – Calma! – rugiu o Leão. – Os apressados não receberão nada e os gananciosos serão os últimos a receber os presentes.
     Ditas estas palavras, as coisas acalmaram um pouco.

(continua...)

Adaptado de As mas belas fábulas africanas – As histórias infantis preferidas de Nelson Mandela, Alfaguara, 2012, p: 37-44